sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Eco Village THE FARM - EUA (Summertown, Tennessee)

Ecovila é um modelo de assentamento humano sustentável. São comunidades urbanas ou rurais de pessoas que tem a intenção de integrar uma vida social harmônica a um estilo de vida sustentável. Para alcançar este objetivo, as ecovilas incluem em sua organização muitas práticas como:

1. Produção local e orgânica de alimentos;
2. Utilização de sistemas de energias renováveis;
3. Utilização de material de baixo impacto ambiental nas construções (bioconstrução ou arquitetura sustentável);
4. Criação de esquemas de apoio social e familiar;
5. Diversidade cultural e espiritual;
6. Governança circular e empoderamento mutuo, incluindo experiência com novos processos de tomada de decisão e consenso;
7. Economia solidária, cooperativismo e rede de trocas;
8. Educação transdisciplinar e holística;
9. Sistema de Saúde integral e preventivo;
10. Preservação e manejo de ecossistemas locais;
11. Comunicação e ativismo global e local.
Ecovilas são entidades autônomas na medida em que preenchem, numa área limitada e apreenssível, as principais funções socias: moradia, sustento, produção, vida social, lazer, etc. Nesse sentido pode-se entender uma ecovila como um microcosmo. Ao longo de milhares de anos a humanidade viveu em comunidades sustentáveis, em contato íntimo com a natureza, desenvolvendo uma gigantesca diversidade cultural, onde em geral imperava uma estrutura social de apoio mútuo e cooperação. O evento da sociedade patriarcal e guerreira é bastante recente (16.000 anos), mas tem causado um grande impacto no planeta. Enquanto isso as sociedades tradicionais lutam por sobreviver. Neste contexto as ecovilas surgem como modelos alternativos ao padrão insustentável das sociedades modernas, incorporando os antigos conhecimentos com a moderna ciência e filosofia. De acordo com um número crescente de cientistas, teremos que aprender a viver de forma sustentável, se quisermos sobreviver como espécie. Os modelos de sustentabilidade desenvolvidos ao longo de mais de 40 anos pelas milhares de ecovilas ao redor do mundo formam um grande banco de dados de soluções aos atuais problemas da humanidade e fonte de riquíssimas experiências que podem ajudar a reconectar as pessoas à Terra numa forma que permita o bem estar de todas as formas de vida e futuras gerações. Os defensores das ecovilas afirmam que o ser humano é capaz de criar uma vida cheia de amor e sentido. E essa seria a parte central numa ecovila, sua vida social, cultural e espiritual. Segundo eles, os seres humanos são seres sociais e amorosos por natureza, apesar de a cultura ocidental moderna valorizar em excesso o indivilualismo, a competição, a violência, o poder, o controle, a desconfiança e a apropriação. Reconectar os seres humanos a sua natureza significaria barrar estes valores, limpando esta carga cultural, e colocando a cooperação, o amor, o respeito, a transparência, a solidariedade e a confiança novamente no centro de suas vidas. Em 1998, as ecovilas foram nomeadas oficialmente na lista da ONU das 100 melhores práticas para o desenvolvimento sustentável, como modelos excelentes de vida sustentável. Elas surgem de acordo com as características de suas próprias bio-regiões e englobam tipicamente quatro dimensões: a social, a ecológica, a cultural e a espiritual, combinadas numa abordagem que estimula o desenvolvimento comunitário e pessoal.
O conceito de ecovilas oferece um único modelo, embora com múltiplas manifestações locais. No núcleo do modelo está a celebração da diversidade cultural, espiritual e ecológica e o impulso para se recriar comunidades humanas em que as pessoas possam redescobrir as relações saudáveis e sustentáveis consigo mesmas, a sociedade e a Terra. O modelo de ecovila tem proposto soluções viáveis para erradicação da pobreza e da degradação do meio-ambiente e combina um contexto de apoio sócio-cultural com um estilo de vida de baixo impacto. O que é sustentado numa ecovila não é o crescimento econômico ou o desenvolvimento, mas toda a rede de vida da qual depende nossa sobrevivência futura de longo prazo. Uma ecovila é programada de tal maneira que os negócios, as estruturas físicas e tecnológicas não interfiram com a habilidade inerente à natureza de manter a vida. Um dos princípios fundamentais do modelo é não tirar da Terra mais do que podemos devolver a ela. E assim fazendo, potencialmente, a comunidade pode continuar indefinidamente. Um dos conceitos utilizados nas ecovilas é o da permacultura, que é um sistema de design sustentável. A implementação das ecovilas envolve um esforço das bases, de baixo para cima, mais do que a abordagem de cima para baixo. Cada ecovila dentro do seu próprio contexto cultural e ambiental, busca e demonstra soluções locais, usando tecnologias apropriadas, materiais locais, know-how local e antes de tudo oferecendo soluções compatíveis e acessíveis a todos. O conceito de ecovila tem sido promovido e implementado por grupos espalhados pelo planeta, muitas vezes com recursos limitados e mínimo apoio institucional ou governamental. Estes grupos demonstram exemplos viáveis de vida auto-sustentada, modelos positivos traduzidos em realidade, para que outros grupos e indivíduos possam aprender, e inspirar-se onde o sucesso já foi alcançado. Essa é a missão do movimento das ecovilas: explorar novas fronteiras e praticar aplicações concretas para a sustentabilidade. Nesta busca elas tecem uma filosofia de harmonia e paixão, sonho e visão, de terra e cosmo, de tecnologia e espírito, de educação e ativismo, de dança e canto, de ciclo e equilíbrio, de morte e renovação. Ecovilas, em síntese, honram, restauram e celebram os quatro elementos e seus processos interconectados na Natureza e nas pessoas. O ímpeto que levou várias comunidades intencionais a se unirem formando GEN- Rede Global de Ecovilas partiu da organização Gaia Trust da Dinamarca. No início da década de 90 Ross e Hildur Jackson, diretores da Gaia Trust, perguntaram como sua organização poderia usar melhor seus recursos para avançar o movimento de sustentabilidade. Eles advogavam que na nossa sociedade tecnológica precisava-se de bons exemplos do que significa viver em harmonia com a Natureza, de uma forma sustentável e espiritualmente interconectada.

A Fazenda foi fundada em 1971 por Stephen Gaskin e hippies de São Francisco. O Centro de Treinamento da Ecovila é um ambiente de oficina de viver onde você pode aprender a produção de alimentos orgânicos, edifício natural, permacultura e como criar e viver em harmonia dentro do meio da natureza.
Em 1991 Gaia Trust, convidou Robert e Diane Gilman, editores da revista In Context, para fazer uma pesquisa de campo e identificar os melhores exemplos de comunidades sustentáveis ao redor do mundo. O resultado de sua pesquisa revelou a existência de muitas comunidades em busca de sustentabilidade, entretanto a ecovila ideal, sem ‘gaps’, ainda não existia. No entanto, se reuníssemos todos os projetos existentes, poderíamos identificar a emergência de uma nova visão, cultura e estilo de vida que poderia funcionar como modelo positivo de um futuro humano e planetário viável e sustentável. Em seu relatório – Ecovilas e Comunidades Sustentáveis – pela primeira vez uma ecovila é definida como:
"(…) uma grandeza humana, um povoado autônomo no qual as atividades humanas são harmoniosamente integradas na natureza de forma a promover um desenvolvimento humano saudável e que possa ser mantido indefinidamente.”
Com base no relatório Gilman, representantes de algumas comunidades bem estabelecidas começaram a se reunir à partir de 1991 para discutir uma estratégia de desenvolvimento e difusão do conceito de ecovilas. Foram estabelecidas conexões e identificadas áreas comuns nas quais podíamos entusiasticamente trabalhar juntos. Em 1995 num encontro histórico realizado na Fundação Findhorn o conceito de ecovilas foi lançado globalmente. Neste encontro estavam presentes comunidades que, como Findhorn, já haviam adquirido uma maturidade no seu experimento comunitário e uma complexidade social e econômica. Estas comunidades estavam se tornando vilas auto-sustentáveis e já era tempo de reafirmarem um novo estágio no seu caminhar.
A conferencia “Ecovilas e Comunidades Sustentáveis – modelos de vida no Século XXI”, atraiu 400 participantes de todo o mundo, e mais 300 que não puderam acompanhar. Nesta ocasião foi estabelecida a Rede Global de Ecovilas -GEN-, com um secretariado internacional na Dinamarca e três regionais: nos EUA cobrindo todas as Américas, na Austrália cobrindo a Oceania e a Ásia, na Alemanha cobrindo o continente Europeu e África. Cada secretariado recebeu o mandato de construir e fortalecer redes regionais e nacionais, de promover cooperação entre as regiões, e de divulgar a experiência das ecovilas para os formuladores de políticas, planejadores e o público em geral. Criada em 1995 por 9 ecovilas “sementes”, The Farm, EUA, Lebensgarten, Alemanha, Crystal Waters, Australia, Eco-ville St Petersburg, Russia, Gyurufu, Hungria, Projeto Laddak, India, Auroville, India, Findhorn Foundation, Escocia, Associaçao Dinamarquesa de Ecovilas, Dinamarca. Hoje a Rede Global de Ecovilas - GEN - engloba mais de 15.000 ecovilas transformando-se no que é chamado de “A Revolução do Habitat”. Membros da rede incluem redes como - Sarvodaya (11 mil vilas tradicionais no Sri Lanka); - Eco Yoff e Colufifa (350 vilas no Senegal); - o projeto Ladakh, no planalto tibetano; - ecocidades como Auroville, no sul da Índia, e Nimbin, na Austrália; - pequenas ecovilas rurais como a Gaia Asociación, na Argentina, e Huehuecoyotl, no México; - projetos de rejuvenescimento urbano como o Eco Village de Los Angeles e Christiania de Copenhagen; - projetos de permacultura como Crystal Waters, na Austrália e Barus, no Brasil; - e centros educacionais como Findhorn Ecovillage, na Escócia, o Centro de Tecnologia Alternativa, no País de Gales, Earthlands, em Massachusetts, e muitos outros. O movimento foi muito auxiliado pelo surgimento da Internet, como um instrumento de uma rede internacional e, podemos afirmar que a rede virtual fez o movimento descobrir sua real força e diversidade.

Hoje, GEN leva a mensagem das ecovilas aos principais fóruns governamentais e sociedades civis. É um importante participante do programa de treinamento das Nações Unidas para ajudar governos locais a implementar a Agenda 21 e a Agenda Habitat, tem status consultivo como uma ONG na ONU, tem representantes em eventos como o Encontro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Summit on Sustainable Development) e os Fóruns Sociais Mundial e Europeu, além de se apresentar em inúmeros congressos e seminários sobre temas relacionados em todo o mundo.

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Olha a onda aiiii gente....

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