segunda-feira, 25 de agosto de 2008

CAMBUCI



Frutos de Campomanesia phaea (Myrtaceae) são muito procurados pela população rural para preparo de sucos, sorvetes e bebidas alcoólicas.

Para avaliar as características físicas, o potencial nutricional e o seu aproveitamento na indústria de alimentos, frutos nos seus diversos estádios de amadurecimento foram coletados em abril de 2003 no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Caraguatatuba-SP. Os dados do diâmetro longitudinal (DL) e transversal (DT) e a relação entre eles mostram que os frutos têm forma levemente achatada (DL/DT < 1); a polpa mostrou-se suculenta, com sabor acre e odor cítrico, com alto teor de umidade (88,80%) e pH igual a 2,91.

Foram detectados elevados teores de fibras alimentares (4,00%), quando comparado a outras espécies popularmente conhecidas, da mesma família botânica. Foram obtidos valores baixos de proteína (0,44%), carboidratos totais (5,00%), lipídios (1,53%) e valores razoáveis de ácido ascórbico (33,37 mg 100 g-1). Entre os elementos inorgânicos determinados (13), destacaram-se: sódio (171,50 mg kg-1), potássio (622,65 mg kg-1), fósforo (123,69 mg kg-1), magnésio (42,08 mg kg-1) e cálcio (61,26 mg kg-1). Embora a composição química dos frutos mostrou ser semelhante à de outras espécies da família Myrtacease, o consumo in natura deste fruto é prejudicado pelo baixo teor de carboidratos e elevada acidez.

Palavras-chave: Myrtaceae; cambuci; frutos; características físicas; composição química; polpa.

INTRODUÇÃO

A família Myrtaceae Jussieu compreende 3.500 espécies, subordinadas a 100 gêneros. Seus representantes apresentam porte arbustivo ou arbóreo (Barroso, 1984).

Segundo Gemtchüjnicov (1976) e Legrand & Klein (1977), a família é dividida em duas subfamílias, a saber:

1 - Leptospermoideae, cujos representantes apresentam frutos secos do tipo cápsula, aquênio e pixídio. Sua maior dispersão se dá na Austrália e Polinésia, e

2 - Myrtoideae, que fornecem frutos carnosos, geralmente baciformes.

O gênero Campomanesia, a que pertence a espécie em estudo, está incluído na subfamília Myrtoideae (Cronquist, 1968, 1984; Landrun, 1986).

As espécies desse gênero possuem importância econômica diversificada. Seus frutos comestíveis são consumidos por várias espécies de pássaros e mamíferos, sendo também usados na produção de doces caseiros, sorvetes, aguardente, licores e refrescos.

A espécie Campomanesia phaea (O. Berg.) Landrum é popularmente conhecida como "cambuci" ou "cambucizeiro", tendo como sinonímia botânica a designação de Paivaea langsdorffii Berg. Apresenta altura de 3-5 m e tronco com diâmetro de 20 a 30 cm com aspecto de escamas. Ocorre nos Estados de São Paulo (principalmente na Serra do Mar) e em Minas Gerais (Lorenzi,1992).

A espécie apresenta floração branca e vistosa nos meses de agosto a novembro, e frutificação abundante, com frutos arredondados, durante os meses de janeiro e fevereiro. Quando maduros, são amarelados a alaranjados, dando à árvore aspecto de grande beleza que, somado ao seu pequeno porte, a indicam para arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas, bem como para compor praças e jardins. É recomendada para reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente (Lorenzi, 1992).

Os frutos medem, geralmente, de 5 a 6 cm de diâmetro na região mediana, por 3 a 4,5 cm de espessura; são carnosos, suculentos e comestíveis, utilizados principalmente na forma de sucos, sendo também muito apreciados pela avifauna silvestre (Lorenzi, 1992; Centro de Pesquisas Eco-Naturais - Cepen, 2003 e Jorge, 1992).

Considerações feitas por Holanda, apud Adati (2001), indicam que os frutos são considerados exóticos, possuindo interessantes propriedades aromáticas que os favorecem como agentes flavorizantes em alimentos e bebidas.

Quanto à composição química, tem-se conhecimento de estudos fitoquímicos e farmacológicos realizados por Adati (2001) nas folhas dessa espécie, detectando-se grande quantidade de óleo essencial, rico em linalol (11,11%), óxido de cariofileno (11,77%), beta-cariofileno (6,33%), betasselineno (6,33%) e alfacadinol (1,94%), constituintes que apresentam grande valor comercial para as indústrias de cosméticos e farmacêuticas.

Estudos morfo-histológicos dos frutos, realizados por Jorge (1992), mostraram a existência de células pétreas no mesocarpo cujo formato e dimensões apresentam interesse para a diagnose específica. Os estômatos e os tricomas da polpa são diferenciados daqueles observados nas folhas.

O pouco conhecimento sobre a composição química dos frutos desta espécie motivou seu estudo, pois, além de apresentar importante potencial econômico, poderá subsidiar o cultivo e a seleção adequada visando ao seu aproveitamento na indústria de alimentos.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar algumas características físicas, a composição química e o potencial nutricional dos frutos de C. phaea (O. Berg.) Landrum e comparar os resultados obtidos com os dos frutos de espécies popularmente conhecidas e utilizadas como alimento, pertencentes à mesma família botânica.

MATERIAL E MÉTODOS

As amostras de fruto de C. phaea foram coletadas no Núcleo Caraguatatuba, que integra a rede de Unidades de Conservação administrada pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo. Abrange uma área de 13.769,60 ha, fazendo parte do Parque Estadual da Serra do Mar, e tendo como limites geográficos os municípios de Caraguatatuba, São Sebastião, Paraibuna, Salesópolis e Natividade da Serra. Situa-se entre as coordenadas geográficas 23º31’ a 23º22’ de Lat. S e 45º18’ a 45º44’ de Long.W. Apresenta relevo de escarpas festonadas, com altitudes que variam entre 50 e aproximadamente 1.000 metros. O solo é do tipo argilo-arenoso.

A vegetação predominante é típica de floresta ombrófila densa, e a fauna é representada por muitas espécies endêmicas da Mata Atlântica e ameaçadas de extinção, como o bugio (Alouatta fusca), a onça-parda (Felis concolor), o cachorro-do-mato (Speothos venaticus), o jacu (Penélope ochrogaster), o gavião-pombo (Leucopternis sp), entre outros (Núcleo, 19...).

Frutos inteiros de C. phaea (40 unidades), em seus vários estádios de amadurecimento e provenientes de três plantas produtivas, localizadas no interior da mata, recebendo parcialmente a luz solar, foram coletados em abril de 2003, acondicionados em sacos de polietileno e guardados sob congelamento à temperatura de 5ºC ± 2ºC, por aproximadamente uma semana, para posterior análise nos laboratórios do Instituto Florestal, do Instituto Adolfo Lutz e do Instituto de Química da Universidade de São Paulo.

Para as determinações das características físicas, separaram-se, aleatoriamente, 16 frutos, que foram avaliados individualmente através do seu peso e dos diâmetros longitudinal (DL) e transversal (DT), sendo este último avaliado na parte mais larga do fruto, através de paquímetro digital. O rendimento em polpa, casca e sementes foi obtido pela relação percentual entre o peso do fruto inteiro e de suas respectivas estruturas.

Para as análises químicas, as amostras (24 frutos) foram trituradas e homogeneizadas integralmente em multiprocessador doméstico, constituindo uma amostra composta dos vários frutos. As análises, em triplicata, foram feitas segundo as "Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz" (Instituto Adolfo Lutz, 1985), sendo as fibras alimentares totais dosadas pelo método enzimático-gravimétrico da "Association of Official Analytical Chemists - AOAC", modificado por Lee et al. (1992), e o ácido ascórbico (vitamina C), pelo método descrito por Contreras-Guzmán et al. (1984).

O valor calórico foi calculado utilizando-se dos seguintes fatores clássicos de conversão de Atwater: 9 kcal por g de lipídios, 4 kcal por g de proteínas e 4 kcal por g de carboidratos (De Angelis, 1977).

A determinação dos elementos inorgânicos (Na, K, P, Ca, Mg, V, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Pb e Al) foi realizada no laboratório de espectrometria do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, após digestão ácida da amostra (HNO3 a 30%), em sistema focalizado Spex 350, assistida por radiação de microondas, com nove repetições analíticas e determinação por ICP-OES, conforme descrito por Vallilo et al. (2003).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os frutos de C. phaea apresentam cor verde a verde-amarelada, exalando aroma cítrico, levemente adocicado, persistente e bastante agradável ao olfato. Segundo Cipollini & Stile (1993), as características físicas dos frutos, como cor, tamanho e número de sementes, bem como a quantidade de polpa e o conteúdo de água, podem influenciar no seu consumo, tanto como alimento da avifauna quanto pelo homem. Herrera (1982) salienta, contudo, que os elementos nutritivos, que são importantes para as aves, incluem carboidratos, minerais, lipídios e proteínas.

No entanto, para a fabricação industrial de sucos, sorvetes e principalmente de doces em calda ou glaciados, onde a aparência do produto final é primordial, algumas características físicas devem ser determinadas e avaliadas. Nesse sentido, são apresentados, na Tabela 1 (Ver tabela em arquivos relacionados mais abaixo), alguns parâmetros físicos nos quais se pode observar uma grande variação em relação às massas frescas dos frutos (38,7 g a 75,3 g) e de suas principais estruturas: casca, polpa e sementes, apresentando, em média, 18,65%, 80,56%, e 0,79%, respectivamente. Foram avaliados 16 frutos.

Segundo Andrade et al. (1993), essa variabilidade na massa fresca e nos rendimentos de suas partes interfere na eficiência dos processos industriais para fabricação de doces, exigindo uma adequada classificação ou separação prévia dos frutos por tamanho ou peso.

Os dados do diâmetro longitudinal (DL) e transversal (DT) e a relação entre eles (DL/DT) mostram que os frutos de C. phaea têm forma levemente achatada (DL/DT < 1), característica dessa espécie botânica. Para a fabricação de doces em calda ou glaciados, normalmente, se dá preferência a frutos com uniformidade de formato (levemente arredondado) (DL/DT = 1) (Andrade et al., 1993).

A polpa caracteriza-se por apresentar alto teor de umidade (88,80%), o que indica ser uma das características comuns de frutos da família Myrtaceae, enquadrando-se na classe dos frutos carnosos e suculentos e confirmando a descrição feita por Gemtchüjnicov (1976) e Legrand & Klein (1977), quanto às características de frutos da subfamília Myrtoideae (Tabela 2 – Ver tabela em arquivos relacionados mais abaixo).

Comparando-se a composição química de C. phaea com as das demais espécies listadas na Tabela 2 (Ver tabela em arquivos relacionados mais abaixo), verificou-se a presença de alto teor de lipídios (1,53%) que, somado ao teor de carboidratos (5,00%), indicam valor energético de 35,53 kcal 100 g-1, sendo que o conteúdo de proteína (0,44%) pouco contribui nesse sentido.

Os frutos são ácidos (pH = 2,91), favorecendo os processos de industrialização na forma de doces, porém inibindo o seu consumo in natura. Segundo Andrade et al. (1993), na indústria de sucos, o alto teor de acidez provoca elevada diluição do produto e, por conseguinte, maior rendimento final do produto.

O teor de ácido ascórbico encontrado supera os das espécies da família Myrtaceae, apresentadas na Tabela 2 (Ver tabela em arquivos relacionado mais abaixo), com exceção da goiaba vermelha e kiwi. No entanto, também contribui para acentuar o sabor típico do fruto. Considera-se razoável o valor encontrado (33,37 mg 100 g-1), visto que a legislação brasileira (Brasil, 1998a) recomenda a ingestão diária de 60 mg por dia, para adultos. Porém, verifica-se que cada fruto de C. phaea, pesando em média 55,81 g, fornece 31,03% de ácido ascórbico. Seu teor equipara-se ao da polpa da Eugenia klotzschiana Berg (pêra do campo), tornando essa fruta uma fonte alternativa natural desse ácido para a avifauna e população da região.

No entanto, o valor encontrado varia conforme o ponto de maturação, os fatores ambientais e as manipulações e estocagens inadequadas dos frutos.

Em relação ao teor de fibra alimentar encontrado (4,00 %), assemelha-se aos da pêra do campo e das goiabas branca e vermelha. Considerando-se a ingestão diária do fruto, com peso médio de 55,81 g, verificou-se que ele contribui, em média, com 11% de fibras na dieta alimentar, quando se toma como base o valor recomendado pela Sociedade Brasileira de Nutrição (20 g por dia).

Em relação aos minerais (Tabela 3 – Ver tabela em arquivos relacionados mais abaixo), o potássio predominou em quantidade sobre os demais, seguido de sódio, fósforo e cálcio. Sabe-se que tanto o sódio quanto o potássio são largamente distribuídos na natureza, o mesmo não ocorrendo com o fósforo. Esse, muitas vezes, está no solo numa estrutura química pouco solúvel e, portanto, pouco assimilável pela planta. Porém, os teores encontrados podem estar associados à localização dos pontos de coleta (Núcleo Caraguatatuba) no Parque Estadual da Serra do Mar, cuja proximidade com o oceano pode estar sofrendo influência direta e freqüente da neblina, ventos e chuvas, carreando, dessa forma, os elementos químicos para esse ecossistema, fato observado para o teor de Na, que se encontra de 3 a 5 vezes maior que, para os teores, para os frutos relatados na literatura (Philippi, S. T., 2001).

Já os teores encontrados para os micronutrientes potencialmente tóxicos estão compatíveis com os valores permitidos pela legislação vigente (Brasil, 1998b), que estabelece limites máximos de tolerância para contaminantes inorgânicos em alimentos, principalmente para cobre (10 mg kg-1) e chumbo (0,3 mg kg-1), este referenciado somente para sucos de frutas cítricas. Pela contribuição de cada fruto (Tabela 3 – Ver tabela em arquivos relacionados mais abaixo), pode-se inferir que os frutos de C. phaea, coletados nessa região, não apresentam toxicidade, podendo fazer parte da alimentação de vertebrados e ser aproveitado na indústria de alimentos. Os teores de nutrientes, encontrados no presente trabalho, poderão ser utilizados na elaboração de dietas de indivíduos saudáveis (Philippi, S. T., 2001).

CONCLUSÕES

O fruto de C. phaea (cambuci) apresenta limitações ao consumo in natura devido ao baixo teor de carboidratos e elevada acidez. Apesar de não mostrar uniformidade no seu formato, apresenta potencial para a industrialização devido aos seus atributos de qualidade, como alto rendimento em polpa, elevada acidez, razoáveis concentrações de ácido ascórbico, minerais e fibras alimentares. De maneira geral, a composição química mostrou ser semelhante à das outras espécies da família Myrtaceae, popularmente conhecidas e utilizadas como alimento pela população.

AGRADECIMENTOS

Aos pesquisadores Ivan Suarez da Mota, do Núcleo Caraguatatuba (Parque Estadual da Serra do Mar, Instituto Florestal de São Paulo), pelo envio do material botânico; à Sra. Yara Cristina Marcondes, do Instituto Florestal de São Paulo, pela correção do texto, e ao Sr. Leonídio Guilherme, da Seção de Doces do Instituto Adolfo Lutz, pelo auxílio nas análises bromatológicas.

REFERÊNCIAS

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Alcachofra (Cynara scolymus) - Uma flor na mesa

Ao saborear uma alcachofra, além de consumir um poderoso alimento, você estará se deliciando com uma flor exótica e medicinal. Conheça aqui, as virtudes dessa delícia. Na verdade, a alcachofra (Cynara scolymus) que consumimos é uma flor imatura, pertencente à mesma família das margaridas e dos girassóis - a família das Compostas. Conta-se que ela saiu do jardim e foi para a mesa na época do Império Romano, quando suas propriedades nutritivas e medicinais foram descobertas e a alcachofra passou a ser privilégio apenas da mesa de nobres e reis. Hoje, felizmente, não é preciso ser nobre para desfrutar deste privilégio (apesar do preço ser às vezes proibitivo!).

Considerada uma iguaria exótica, esta hortaliça parece ter sido feita para ser deliciada a cada pétala e não para ser devorada. Afinal, dela consumimos apenas a parte carnuda das "pétalas" e o "fundo" da flor, depois de retirados os espinhos. O trabalho é compensador, se levarmos em conta suas excelentes propriedades nutritivas e medicinais: a cada 100g comestíveis, encontramos boas doses de vitaminas do complexo B, potássio, cálcio, fósforo, iodo, sódio, magnésio e ferro. A lista de suas qualidades terapêuticas também é digna de registro. Para começar, o sabor amargo estimula as secreções digestivas. A água do cozimento da alcachofra é um verdadeiro chá de efeito diurético, estimulante da vesícula biliar e ativador da digestão.

Roteiro Gastronômico da Alcachofra em Piedade

Aliás, a alcachofra é considerada um eficiente auxiliar da digestão e a ciarina – substância encontrada na planta – pode melhorar as funções do fígado. A medicina popular já consagrou esta iguaria como um perfeito alimento-remédio, ideal para as pessoas com problemas hepáticos e para os diabéticos. Várias experiências realizadas com o extrato da alcachofra atestaram sua eficiência na redução do excesso de gordura no sangue, porém, o simples fato de consumí-la já traz inúmeras vantagens, entre elas, o poder de combater anemias e raquitismo, pela boa dose de ferro e vitamina C que contém.

Proibida para mulheres?

Quando se fala em alcachofra é preciso esclarecer alguns enganos. No início do texto as palavras pétalas e fundo aparecem entre aspas. Isso porque o que se chama de "flor" na planta é, na verdade, uma inflorescência. A flor é constituída por um capítulo de grandes dimensões do qual consumimos apenas o receptáculo carnudo – chamado "fundo ou coração da alcachofra". As partes chamadas impropriamente de pétalas são as brácteas da planta. Feita a observação, vale a pena lembrar que as alcachofras sempre tiveram suas propriedades reconhecidas. Na Antigüidade, elas já eram utilizadas pelos médicos no preparo de medicamentos contra a febre, doenças do fígado, reumatismo e até como antidepressivo. Mas convém contar uma passagem não tão gloriosa desta planta: ao que parece, por volta do século XVI, o consumo da alcachofra na França chegou a ser proibido para mulheres. É que a esposa do rei Henrique II, a italiana Catarina de Médicis, adorava alcachofras e corria a fama de que a iguaria era um poderoso afrodisíaco. O comportamento da esposa do rei não devia ser muito exemplar, pois, juntando uma coisa com a outra, acharam que as damas não deviam comer alcachofras e viram por bem, proibir o consumo apenas pelas mulheres.

As alcachofras foram trazidas para o Brasil pelos imigrantes europeus, há cerca de 100 anos. Nativa do sul da Europa e norte da África é uma planta de clima temperado a frio (média de 20 graus C) e áreas úmidas. Em regiões quentes vegeta bem, mas não forma os botões florais comestíveis. De agosto a novembro, estamos em plena época de colheita da alcachofra. É quando a encontramos com ótima qualidade e melhores preços. São quatro as variedades mais encontradas no mercado: Violeta de Proença, Roxa de São Roque, Verde Lion e Verde Grande da Bretanha.

A maioria dos nutricionistas concorda: o ideal é consumir a alcachofra no mesmo dia da compra, pois ela começa a perder suas qualidades logo depois de colhida. Na hora da compra, recomenda-se escolher as que apresentarem talo longo e inflorescência firme e bem arroxeada. Para os apreciadores desta flor comestível, os "espinhos" só devem ser retirados após o cozimento - é quando chegamos ao gran finale da iguaria: o famoso fundo da alcachofra. Outro detalhe: recomenda-se consumir a planta logo após o cozimento ou preparo, para melhor aproveitamento de suas propriedades medicinais e nutricionais.

Dicas para preparar a alcachofra:

Corte o talo perto da base e lave a alcachofra em água corrente abrindo bem as pétalas para que a água penetre. Deixe de molho em água com sal e algumas gotas de limão ou vinagre para não escurecer. No cozimento, use panelas esmaltadas ou em aço inoxidável. As panelas de alumínio escurecem a alcachofra. O tempo médio de cozimento é de aproximadamente 40 minutos, dependendo do tamanho e idade da alcachofra. Em panela de pressão o tempo cai para uns 20 minutos.
Para saber se a alcachofra está cozida, é só puxar uma folha: se ela se soltar com facilidade é porque está no ponto. No cozimento, evite o excesso de água: coloque o suficiente para cobrir metade da alcachofra.

Os talos das alcachofras também podem e devem ser aproveitados. Para isso, é só retirar a parte fibrosa que os envolve, descascando-os com uma faca. Depois, deixe os talos mergulhados em água com limão ou vinagre durante alguns minutos e leve para cozinhar por 30 minutos ou 15 minutos em panela de pressão.
Receitas:

Alcachofra dos Nobres

Corte as pontas das pétalas de 6 alcachofras grandes, deixando-as todas com a mesma altura. Retire as pétalas mais duras e esfregue as partes cortadas com limão. Ponha para ferver 8 xícaras (chá) de água com sal e coloque as alcachofras, junto com metade de um limão. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 30 minutos. Escorra e deixe esfriar. Retire, cuidadosamente com uma colherinha, a parte fibrosa central de cada alcachofra, isto é, os "espinhos". Retire também todas as pétalas, cubra os fundos com papel alumínio e leve à geladeira. Enquanto isso misture num recipiente 1/2 xícara (chá) de azeite, 2 colheres (sopa) de suco de limão, 2 colheres (sopa) de vinagre, salsa picada, 2 colheres (chá) de mostarda e sal a gosto. Retire os fundos das alcachofras da geladeira e arrume-os numa travessa, sobre as pétalas reservadas. Espalhe por cima o molho preparado e leve novamente à geladeira, até a hora de servir.

Alcachofras à Romana

Retire os talos de 4 alcachofras, limpe-as e corte a ponta das folhas. Coloque-as em uma vasilha com água, sal e limão e reserve. Misture 1/2 pãozinho amanhecido e ralado com salsa picada e sal a gosto. Escorra as alcachofras, achate-as um pouco no centro, para formar uma cavidade entre as pétalas e recheie com a mistura. Leve as alcachofras ao fogo, em uma panela com um pouco de água e óleo. Tampe e deixe cozinhar até que as pétalas se soltem facilmente.

Rose Aielo Blanco é jornalista e diretora de conteúdo do Jardim de Flores

Pomar caseiro ou doméstico



Chat técnico sobre Pomar Caseiro, realizado no dia 10 de Março de 2008, com participação de Dr. Antonio Augusto Fracaro, Dr. José Antonio Alberto da Silva, Dr. Luiz Carlos Donadio, Engª Agrª Maria Lia Micelli e Dra. Simone Rodrigues da Silva.

UM BREVE CURRICULUM DOS DEBATEDORES

JOSÉ ANTONIO ALBERTO DA SILVA: Eng. Agrônomo formado na FCAV-UNESP Jaboticabal (1992), Mestre em Solos e Nutrição de Plantas ESALQ-USP (1995), Doutor em Produção Vegetal FCAV-UNESP Jaboticabal (1999), Pesquisador Científico da APTA, locado na Estação Experimental de Colina, Experiência em Fruticultura: citros, coco, carambola, anonáceas, tropicais, frutas nativas e exóticas potenciais. Participação em diversos projetos, eventos, cursos, palestras e bancas com temas em fruticultura. Coordenador do Programa Produção Integrada de Citros em SP, (E-mail: jaas@apta.sp.gov.br).

ANTONIO AUGUSTO FRACARO: Eng. Agrônomo formado na UNESP- Ilha Solteira (1990), Consultor (1993 - atual) através da Empresa FRACARO Consultoria e Assistência onde presta serviço de Assistência Técnica ao produtor rural na cultura da uva e citrus, professor no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – CEEPS até 2000. Doutorado pela UNESP- Jaboticabal em 2004, relator da Revista Brasileira de Fruticultura e sócio do TodaFruta desde 2002. Produtor de uva, de mudas de uva e cítricas em Jales-SP. (E-mail: fracaro.fracaro@itelefonica.com.br) (Site: www.fracaro.com.br)

SIMONE RODRIGUES DA SILVA: possui graduação em Engenharia Agronômica pela Faculdade de Agronomia Dr Francisco Maeda (2000), mestrado em Agronomia (Genética e Melhoramento de Plantas) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2003) e doutorado em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2007). Atualmente é pesquisadora científica da Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro. Trabalha na área de Citricultura com clorose variegada dos citros, variedades, lima ácida ’Tahiti’ e viróides; e com Fruticultura na área de propagação.

MARIA LIA MICELLI: bolsa de iniciação científica: CNPq/PIBIC Avaliação do Efeito de Azadirachta indica A. Juss e do Inseticida Actara Sobre a Biologia do Pulgão Aphis gossypii GLOVER (HEMIPTERA: APHIDIDAE) Em Duas Cultivares de Algodoeira. Formação acadêmica/profissional: UNESP Universidade Estadual Paulista - FCAV -Campus Jaboticabal. Consultora de Agronegócios Natural Rural.

FERNANDO DE AMORIM MASCARO - Eng. Agr. formado na UNESP -Jaboticabal - (1999). Responsável técnico pela Pesquisa e Desenvolvimento de Frutas e Flores da Cooperativa Agro Industrial Holambra - Paranapanema - SP, desde 2000. Atualmente é sócio diretor da Empresa SIGMA AGROPESQUISA, que é responsável pela P&D -Frutas e Flores, da Cooperativa Holambra, do Controle de Qualidade de Frutas de caroço (Safras 2005, 2006 e 2007). A SIGMA AGROPESQUISA é também responsável pela assistência de cerca de 250 hectares de pomares de frutas de caroço, goiaba, atemóia e maçã. Participou também do Grupo Gestor da Produção Integrada de Pêssego - SP, Projeto coordenado pela CATI - Avaré.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Marina TodaFruta
No decorrer do chat, irei inserir algumas perguntas que foram previamente respondidas.

José Antonio Alberto da Silva
Ter um pomar caseiro seja plantado no chão ou em vaso, é muito prazeiroso, é uma terapia. Colher frutas no quintal, saber que você que plantou, cuidou e deu certo, lembrar da infância, estimular as crianças a cultivar, atrair pássaros, o verde de volta. Isto é qualidade de vida.

Susana:
Olá, formei em Jaboticabal no Curso de Agronomia, e hoje sou produtora de ervas em Ribeirão Preto, um dos meus trabalhos é montar na casa das pessoas, uma horta de ervas e freqüentemente os clientes querem frutíferas em vasos, pois muitas vezes o espaço é reduzido. Meu e-mail é susana@chacararecantodaservas.com.br, tenho interesse sim em trocar informações. Hoje estou fazendo um curso de Gastronomia, pois além de produzir as ervas de tempero, pesquiso sobre suas utilizações na culinária.

1) Perg: Qual a diferença entre pomar caseiro e pomar comercial?

Resp. José Antonio Alberto da Silva: Num pomar doméstico normalmente podemos ter diversidade de espécies, manejar as plantas manualmente (adubação, podas, controle de mato, pragas e doenças) ou com técnicas domésticas e principalmente é possível produzir sem uso de agrotóxicos. Já em pomares comerciais, priva-se por maiores produtividades e qualidade da fruta pela exigência dos mercados. O manejo de áreas comerciais é dependente de maquinário, mão-de-obra treinada, uso contínuo de fertilizantes e defensivos para controle de pragas e doenças que normalmente causam danos quando há concentração de plantas.

2) Estudante agro
Na minha opinião uma dificuldade para um pomar caseiro é como adquirir defensivos em pequena quantidade e saber como proceder para melhor aplicar. Gostaria de saber se a Natural Rural poderia ajudar?

Maria Lia - Natural Rural
Hoje já existem recursos para produzir em escala comercial com menor quantidade de defensivos, é nisso que a natural rural vem trabalhando. A Natural Rural é uma empresa de produtos orgânico e biológicos, e nós atendemos clientes de todo Brasil, desde pessoas que possuem plantas em casa e apartamentos, até grandes produtores no Brasil, caso se interesse visite nosso site www.naturalrural.com.br.

3) Perg: As plantas em um pomar caseiro devem ser agrupadas ou misturadas? É aconselhável a separação das plantas por afinidade?
Resp. José Antonio Alberto da Silva: É aconselhável que as plantas sejam agrupadas em função do porte: pequeno, médio e grande, evitando assim, que as maiores sombreiem as menores, interferindo na produção e podendo levar a morte. Plantas da mesma espécie devem ser agrupadas, pois isto pode ser um importante fator para a polinização e frutificação da espécie.

4) Perg: É aconselhável a compra de mudas de caminhões que as vendem nas cidades?
Resp. José Antonio Alberto da Silva: Não é aconselhável. O êxito de seu pomar e a satisfação em colher bons frutos depende de uma implantação bem feita, com aquisição de mudas de viveiristas idôneos. A grande maioria dos vendedores de caminhão não tem compromisso com o comprador. Qualquer espécie ou variedade que você pedir, eles sempre tem disponível, é normal mudarem as etiquetas da muda sem o cliente ver. Após algum tempo a surpresa vem com plantas de espécies diferentes, não produtivas ou de frutos com qualidade diferente da solicitada. Dai para quem você vai reclamar?

Maria Lia - Natural Rural
Deve-se ficar atento com algumas pragas e doenças que podem vir junto com essas mudas de caminhões.

5) Perg: Seria aconselhável quantas plantas de cada espécie?
Resp. José Antonio Alberto da Silva: Tudo depende da disponibilidade de área para o pomar, do porte da planta, da sua produção e do interesse pela fruta. Um terreno médio fica bom manter 3 plantas de cada espécie em produção.

6) Perg: Qual a importância da qualidade das mudas e onde adquiri-las?
Resp. Simone Rodrigues da Silva: A qualidade permite bom pegamento, desenvolvimento, sanidade e produtividade das mudas, devendo ser adquiridas em viveiros idôneos, que garantam a espécie que está sendo comercializada.

7) Perg: Como formar mudas?
Resp. José Antonio Alberto da Silva: Formar mudas de frutíferas não é difícil. Uma semente ou pedaço de ramos, um vazinho ou caixinha de leite, um pouco de terra ou substrato, água e luz são os ingredientes iniciais. É importante se informar sobre a espécie que esta propagando. Determinadas espécies podem ser propagadas a partir da semente e irao produzir bem e rápido como a fruta-do-conde, araçá. Outras necessitam ser enxertadas para que produzam cedo e tenham frutos com qualidade como a manga, abacate, atemoia, jabuticaba, etc. Outras são melhor propagadas através de métodos assexuados como estaquia e alporquia como a goiaba, lichia, carambola...

8) Perg: Como formar algumas plantas de uva em um pomar caseiro?
Resp. Antonio Augusto Fracaro: Formar plantas para pomar caseiro depende do tipo de planta. Algumas são através de estacas. Ex:. jabuticaba - Retirada a estaca e colocada para brotar e formar uma nova planta; Uva - São retiradas as estacas (cavalo) e posteriormente são enxertadas (borbulha) a uva de sua preferência; Laranja - É plantado a semente do limão (cavalo) e depois enxertada a laranja de sua preferência. As plantas formadas através de semente podem perdem algumas características, por isso normalmente é evitado a formação de muda. No entanto, para pomar caseiro, menos exigente que o pomar comercial, pode ser utilizado. Normalmente, as pessoas querem formar de imediato seu pomar, adquirindo mudas prontas. Correm o risco de adquirirem mudas de qualidade duvidosa.

Fracaro
Um pomar caseiro com uva pode ser em torno de 20 plantas, formada no sistema de parreira e de preferência próximo da casa.

9) Perg: Quais as podas a serem praticadas?
Resp. Antonio Augusto Fracaro: Depende muito da planta e da região. Normalmente realiza-se a poda de produção e pode realizar a poda de limpeza. A poda de produção, normalmente no início da primavera e poda de limpeza no período de inverno. É lógico, depende da cada planta. No caso da videira, de uma forma mais simples de explicar podemos realizar: A poda de produção a partir do mês de Agosto/Setembro e a desbrota é retirada de brotinhos do ramos que brotaram após a poda. É importante também a retirada das gavinhas (fiozinho, bigodes, cabinhos, etc.). Para a mesma planta, mas região diferente pode-se adotar técnicas de poda diferentes. Na região Noroeste paulista, por exemplo, trabalhamos com duas podas anuais em videiras, mas para um pomar caseiro, acredito que seja mais complicado. Importante, iniciar com manejo mais simples e vai sofisticando com o decorrer do tempo, conforme vai conhecendo melhor a planta.

10) André
Um pomar caseiro pode ser competitivo comercialmente?

Simone Rodrigues
André, um pomar caseiro não seria competitivo pois o número de plantas de uma determinada espécie geralmente é pequena. Mas, sendo bem conduzido pode oferecer frutos em uma época que não haja disponibilidade da fruta no mercado, o que lhe pode gerar uma pequena renda.

11) Perg: Como deveria ser o cultivo da uva em pomar doméstico?
Resp. Antonio Augusto Fracaro: O cultivo de uva em pomar doméstico, deve ser iniciado com variedade mais resistente a doenças, sugiro uma Niagara. A poda pode ser realizada nos meses de Agosto/Setembro e a colheita Dezembro/Janeiro (período de Férias e Natal)

12) Conceição
Como podar jabuticaba em vaso está no 3°ano. O pé de manga também tem a mesma idade, está plantada no chão. O figo tem 2 anos carregou bastante este ano. Preciso saber como adubar e sobre podas.

José Antonio Alberto da Silva
Respondendo a questão do internauta: na jabuticabeira a poda é de conformação da copa (ramos finos) e de abertura ou arejamento do centro. Na manga a poda é feita após colheita. Faz-se uma boa redução dos ramos que produziram (esqueletamento). Abre o centro e reduz a altura. Proteger os ramos mais grossos com calda a base de cobre é importante.

Ruggiero
Sobre poda de jabuticaba, seria importante saber o tamanho do vaso, poderia ser recomendada uma poda mais drástica devido estar plantada em vaso.

13) João Müller Kuntz
É possível ou necessário podar um pessegueiro?

Fernando Mascaro
O pessegueiro pode ser podado, para ser melhor conduzido. Deve-se podar nos primeiros anos para conduzir a planta na forma preferida. São varias as formas de se conduzir: taça ou vaso, ypsilon, vaso retardado, etc. Mas a poda deve ser realizada sempre nas épocas adequadas.

Fernando Mascaro
O pessegueiro/nectarina e ameixeiras são podadas preferencialmente no inverno, após a quedas das folhas. É realizada nos primeiros anos as podas de formação, que visam formar as plantas na arquitetura desejada. No caso da escolha por quatro pernadas (sistema de vaso aberto) a poda de formação visa deixar estas pernadas com a preferência do crescimento nos primeiros dois anos. Assim são eliminados os ramos laterais muito vigorosos.

Fernando Mascaro
Após a formação dos pomares, são realizadas podas de produção, estas realizadas em seqüência (poda grossa e poda fina) após a floração das plantas.

14) João Müller Kuntz:
Qual a melhor época para poda da figueira e quantas gemas devo deixar para a brotação? Se tiver literatura (preferencialmente virtual) favor informar.

José Antonio Alberto da Silva
A poda da figueira também é feita após a produção e no período de inverno quando esta sem folhas. A poda é bastante drástica, após o tronco principal, temos as pernandas (ramos), após a produção reduz-se o ramo deixando 3 gemas que formarão os novos ramos em cada pernada.

15) Julieta Manfredinho:
Tenho em minha chácara, 2 alqueires e meio, mas já com um pomar começando a frutificar. Sou sincera, não sei como devo, por exemplo, podar minhas frutas. Não sei quais frutas levam poda e como podar.

-laranjeiras são podadas?
-mangueiras levam podas?
-o pessegueiro, como devo podar?
-a nectarina como deve ser podada?
-a carambola poda-se?
-a minha lichia já tem 4 anos e ainda não frutificou, será q tem algo errado?
-meu tamarino, também com 4 anos, ainda não frutificou.
-como faço p fazer o enxerto com bananeiras.
-as goiabas, quando é que posso ensacá-las para protegê-las dos bichos?

Ruggiero
Laranjeiras são Podadas em pomares em mudas ainda em formação, procurando deixar 3 (ramos) bem distribuídos para possibilitar uma copa aberta. Em Pomares adultos, são realizadas podas para diminuir a altura das plantas, e possibilitar por maior tempo o cultivo em espaçamentos mais adensados.É um procedimento utilizado em boas propriedades, que utilizam uma boa tecnologia de produção.Recomendamos uma leitura no material que temos no todafruta: www.todafruta.com.br

Mangueiras podem e devem ser podadas, recomendamos uma leitura na matéria inserida no TodaFruta: www.todafruta.com.br

O pessegueiro deve ser podado, principalmente quando se pretende, poder alterar épocas de produção. O pessegueiro possui gemas vegetativas, e floríferas, que devem ser observadas no momento da poda. Recomendamos uma leitura no material que temos em pêssego: www.todafruta.com.br

A nectarina é uma planta que responde bem a podas, recomendamos uma leitura no material: www.todafruta.com.br

Para Carambolas, em pomares jovens usualmente no Estado de São Paulo, não são realizadas podas. Mas é um planta que responde bem a podas.

Quanto a lichia, provavelmente, deve-se a origem das mudas, isto dependendo de qual parte da planta foram retiradas as gemas, ou feito a alporquia (processo usual de propagação). Recomendamos uma leitura no material: www.todafruta.com.br

O mesmo se refere ao tamarindo, provavelmente devido a origem das mudas, que se for de sementes demora mais para produzir. Recomendamos uma leitura no material: www.todafruta.com.br

A bananeira, não se faz enxerto, recomendamos uma leitura no material que temos no todafruta: www.todafruta.com.br

Para o problema com a goiabeira, recomendamos uma leitura no seguinte material: www.todafruta.com.br

PERGUNTAS RELATIVAS A FERTILIDADE DO SOLO, ANÁLISES, ADUBAÇÕES

1) Perg: É aconselhável análise de solo? Como proceder?
Resp. Simone Rodrigues da Silva: Sim. Na área onde será instalado o pomar, a coleta das amostras pode ser feita com trado ou enxadão. O trado torna a operação mais fácil e rápida, pois permite a retirada de amostras homogêneas tanto em profundidade como em quantidade.

2)Perg: Como proceder para realizar uma boa análise do solo?
Resp. Simone Rodrigues da Silva: PROCEDIMENTO:

1- Percorra a área escolhida andando em zigue-zague e colete 20 sub-amostras na profundidade de 0-20 cm (amostras simples).
2 - Em cada ponto, retire detritos e restos de cultura, evitando pontos próximos a cupins, formigueiros, depósitos de adubo e calcário ou manchas de solo.
3 - Introduza o trado no solo até a profundidade de 20 cm. Raspe a terra da lateral do trado, aproveitando apenas a porção central.
4 - Transfira a terra do trado (amostra simples) para um balde ou outro recipiente limpo. Repita esta operação nos 20 pontos a serem amostrados.
5 - Dentro do balde quebre os torrões, retire pedras, gravetos ou outros resíduos e misture bem (subamostras).
6 - Depois da mistura retire uma porção de 300-500 g da amostra composta e coloque num saquinho plástico.
7 - Identifique a amostra (saquinho) com nome do produtor, da propriedade, área, variedade, data de coleta e envie ao laboratório.
8 - Recomenda-se que a retirada das amostras seja feita pelo menos 45 dias após a última adubação. Os meses de março a junho são ideais para retirada de amostras.
9 - O correto seria realizar a amostragem do solo em pomares caseiros a cada 2-3 anos.

3) Perg: Como preparar o solo para um pomar caseiro?
Resp. Simone Rodrigues da Silva: Embora seja um pomar caseiro, é importante que seja feito uma preparação para que as mudas tenham um desenvolvimento mais uniforme. Em primeiro lugar deverá ser feita uma análise de solo para verificar se há necessidade ou não da aplicação de calcário e fósforo. Tanto o cálcio como o fósforo são nutrientes importantes para o desenvolvimento do sistema radicular, e conseqüentemente, para o melhor pegamento das mudas. O calcário pode ser aplicado na área total do pomar e também na cova junto com uma fonte de fósforo. Ë importante lembrar que, se ao invés de covas, abrirmos sulcos, tanto o calcário como o fósforo devem ser aplicados por metro linear, aumentando a eficiência da distribuição e área para o crescimento das raízes.

PERGUNTAS RELATIVAS A INFORMAÇÕES TÉCNICAS, PUBLICAÇÕES.

1) Perg: Aos interessados em publicações de frutas, como obtê-las pela FUNEP?
Resp. FUNEP: Na própria Funep ou em nosso site: www.funep.fcav.unesp.br acessar livraria.

2) Perg: É possível comprar por cartões? Quais?
Resp. FUNEP: Sim, em 06 vezes com parcelas mínimas de R$ 20,00 cada com os cartões VISA e MASTERCARD.

3) Perg: Quais as publicações relacionadas a pomar caseiro que poderemos encontrar na FUNEP?
Resp. FUNEP: Fruticultura em pomar doméstico - R$ 27,00
O pomar caseiro - R$ 26,00
Pomar e hortas caseiros - R$ 36,00
Pomar doméstico caseiro familiar - R$ 34,00
O pomar doméstico - R$ 33,00
Entre outros.

4) Perg: É possível fazer encomendas de livros não disponíveis?
Resp. FUNEP: Sim, basta encaminhar por e-mail ou direto aqui o nome do livro, autor, ano e editora. Fazemos cotação sem compromisso.

Ruggiero
Informamos que:

1) No www.todafruta.com.br, em frutas de A a Z, são fornecidas informações sobre as diferentes frutíferas. Consulte-as.
2) As publicações da Revista Brasileira de Fruticultura, podem ser consultadas gratuitamente no www.scielo.br, bem como no site www.rbf.org.br
3) Distribuímos no www.todafruta.com.br, boletins semanais à aqueles que se cadastrarem, gratuitamente.

PERGUNTAS RELATIVAS AO CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS

1) Perg: Como controlar pragas e doenças em um pomar caseiro?
Resp. Antonio Augusto Fracarp: Em um pomar caseiro é importante adquirir mudas de variedades mais resistente a pragas e doenças. No entanto, podemos utilizar de alguns produtos caseiros como a corda de fumo curtido, detergente de coco neutro, gergelim. E, também a utilização de produtos adquiridos em lojas especializadas, como a calda bordalesa (mistura de cal e sulfato de cobre).

2) André
Eu consigo conduzir um pomar caseiro apenas com produtos orgânicos e ou biológicos?

Maria Lia – Natural Rural
Sim, consegue. O uso do controle biológico e ou orgânico demanda um maior monitoramento da cultura para conseguir um manejo eficiente. Mas com as tecnologias atuais é possível reduzir custos e conseguir resultados melhores que o controle químico. A Natural Rural possui uma equipe técnica a disposição para os seus clientes, e mais de 200 produtos para suprir a necessidade do produtor.

3) Estudante agro
O que a natural rural, tem para o controle de doenças da bananeira?

Maria Lia - Natural Rural
Trabalhamos com o fungo Trichoderma sp. que combate alguns fungos e doenças que comentem a banana, como o mal do panamá. Para controle de broca-da-banenaira pode-se utilizar Bovenat (Beauveria bassiana). O trichoderma tem nos apresentado excelentes resultados. Mais informações em: www.naturalrural.com.br/produtos

4) Leôncio Vilar
O mal do panamá pode ser controlado na bananeira não resistente?

Maria Lia – Natural Rural
O mal do panamá e causado pelo fungo Fusarium oxysporum. O que ocorre é que o Tricoderma (Trichonat – www.naturalrural.com.br/produtos) é um fungo que controla muito bem o fusarium, então independentemente da banana ser resistente ou não, o Trichonat vai atuar e controlar.

5) Pequeno sitio
Pequenas quantidades são enviadas pelo correio?

Maria Lia – Natural Rural
Sim, fazemos venda online através no nosso portal www.naturalrural.com.br, com envio para todo Brasil. Através dos Correios ou Transportadora (De acordo com a região).

6) Hugo Coelho
Gostaria de saber o controle de frutos rachados e ácaro da leprose em pomar doméstico.?

Simone Rodrigues
Hugo, essas rachaduras podem estar associadas à falta de potássio (casca fina) ou quando plantas passam por um alto estresse hídrico (quando iniciam-se as chuvas, os frutos que estão "murchos" são preenchidos por água em excesso, podendo rachar). Quanto a leprose o controle é feito através de acaricidas como: Sipcatin (50 ml/100 litros de água); Omite (100 ml/100 litros de água, entre outros.

Maria Lia - Natural Rural
A Natural Rural possui um produto chamado calda sufocálcica que controla o ácaro da leprose, caso deseje mais informações entre em contato comigo no telefone 16 3335 8711, estou a disposição em todo horário comercial.

Maria Lia - Natural Rural
Hugo, a calda sulfocálcica como disse controla bem os ácaros, e é muito viável por ser um produto barato, e sem carência para consumo das frutas. Mais informações em: www.naturalrural.com.br/produtos

7) Ubirajara Pedro de Oliveira
Estou com um pomar em que os citrus estão atacados por larva minadora. Gostaria de saber uma forma de combatê-las que seja a menos agressiva possível à natureza.

Maria Lia – Natural Rural
O controle pode ser feito com a calda sulfocálcica, com diluição de 1%. (Produto próprio para o uso na agricultura orgânica) www.naturalrural.com.br/produtos. Fazer uma aplicação e após 20 ou 30 dias uma segunda aplicação. A calda tem cálcio, ajuda no pegamento das flores.

8) Perg: Quais os produtos que a Natural Rural, tem para atender essa demanda, visando o controle fitossanitário em pomar caseiros?
Resp. Natural Rural: A Natural Rural possui uma grande variedade de produtos para controle fitossanitário, desde fungos entomopatogênicos que funcionam como controladores de outros fungos e insetos, inseticidas e repelentes naturais a base de plantas até armadilhas para controle de outros insetos e mosca das frutas.

9) Perg: Quais as recomendações que a empresa dá aos pequenos produtores, quanto a reciclagem das embalagens utilizadas?
Resp. Natural Rural: Nossas embalagens são recicláveis, e devem ser descartadas em locais especializados.

10) Perg: Muitas vezes para o controle de uma praga e doença, é preciso a mistura de produtos, quais as recomendações prestadas ao produtor?
Resp. Natural Rural: Nesses casos pedimos sempre que o produtor entre em contato para assim identificarmos, o problema e qual a recomendação mais adequada para solução do caso.

11) Perg: O consumidor está mais atento a possíveis conseqüências, pela ingestão de defensivos, quais as recomendações que a empresa dá ao produtor, quanto a períodos de carência de um produto?
Resp. Natural Rural: A Natural Rural trabalha com produtos orgânicos certificados, nossos produtos não são agressivos ao meio ambiente, nem as pessoas, cuidados devem ser tomados conforme a legislação vigente.

12) Perg: A empresa está preparada para atender essa demanda, pelo correio, transportadora ou outros meios?
Resp. Natural Rural: A Natural Rural é uma empresa que já e conhecida em todo Brasil, para isso possuímos contratos com transportadoras e com os Correios, com valores de fretes bem baratos, sempre com a finalidade de facilitar a vida e a entrega dos produtos até os nossos clientes.

13) Perg: O controle integrado de pragas e doenças tem como um dos objetivos, utilizar produtos somente quanto estritamente necessário, qual o comportamento da empresa para com esse item?
Resp. Natural Rural: É a política da empresa, tanto que possuímos kits para monitoramento de pragas nas culturas e usamos os produtos apenas quando necessário ou no programa desenvolvido por nossa empresa para a redução de agrotóxicos. Conseguimos uma redução que varia de 30 a 50% no uso de agroquímicos em diversas culturas, isso representa um excelente ganho ao meio ambiente, pois equilibramos as áreas e ainda uma redução significativa no custo de produção.

14) Ruggiero
Prezado Leôncio, comente como cuidar de pequenas plantas de abacaxi em um pomar caseiro, por ser atacado por várias doenças, principalmente a fusariose?

Leôncio Vilar
Professor Ruggiero, o plantio de abacaxi em um pomar caseiro deverá ser feito sem a indução floral e utilizando a matéria orgânica como adubo, principalmente o esterco de galinha. Deveria ser usada a variedade Vitória, resistente a fusariose. É o pomar caseiro produzindo o abacaxi orgânico.

Ruggiero
A variedade VITORIA foi lançada recentemente em um programa liderado pelo Dr. José Aires Ventura, e é resistente a fusariose.

Leôncio Vilar
Professor Ruggiero, estive em Vitória/Espírito Santo e de lá trouxe 1000 mudas. Este mês a EMATER Paraíba através de pregão eletrônico comprará 60.000 mudas aqui para Paraíba de empresas credenciadas pelo INCAPER. Mudas de meristema. São 3 biofábricas já credenciadas pelo INCAPER.

15) Weverton
Como posso controlar vários "furos" que ocorrem nas folhas da goiabeira? Também ocorrem marcas nas goiabas, tipo cicatrizes.

Maria Lia - Natural Rural
Weverton, teria como especificar mais esses furos que diz aparecerem em suas goiabas? Consegue ver se existe algum tipo de inseto?

Marina TodaFruta
Maria, o Weverton enviou a pergunta por e-mail. Posso passar o teu e-mail para que ele entre em contato direto contigo?

Maria Lia - Natural Rural
Claro! Seria ideal, pois preciso de maiores detalhes para descobrir o real problema. Diga que estou a disposição todo horário comercial.

16) Perg: Um produtor que tenha dúvidas quanto a maneira de aplicação, poderá consultar a empresa? De que forma?
Resp Natural Rural: Qualquer duvida que o produtor possua, mesmo ainda não sendo cliente, ele poderá entrar em contato via e-mail, ou telefone, também contamos com um serviço pela internet onde o produtor pode conversar conosco por SKYPE durante todo período comercial. A Natural Rural possui uma equipe técnica de engenheiros agrônomos e médico veterinários, sempre a disposição do cliente.

17) Perg: Um produtor que tenha dúvida, do que está ocorrendo em seu pomar, poderá consultar a empresa? De que forma?
Resp. Natural Rural: Qualquer pessoa pode entrar em contato conosco pelo telefone, pela internet via e-mail ou via skype, possuímos uma equipe técnica a disposição em todo horário comercial. E se possível vamos até o local prestar assistência técnica apropriada.

18) Perg: Um pequeno produtor que tenha algumas plantas, precisa adquirir uma pequena quantidade de um defensivo, a empresa está preparada para esse atendimento?
Resp. Natural Rural: Deve-se observar o andamento do pomar, o nível de infestação de uma determinada praga, caso seja necessário o controle, a Natural Rural está apta a atender qualquer produtor.

19) Estudante agro
Gostaria de saber as possibilidades de estágio junto a NATURAL RURAL. Em caso positivo, como proceder?

Maria Lia – Natural Rural
Por favor envie o currículo para contato@naturalrural.com.br informando a área de interesse.

Marina TodaFruta
Qualquer dúvida, meu e-mail é: marina@todafruta.com.br. Obrigada e boa tarde a todos.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Prático canteiro espiritual



A agrônoma Sandra Rossino ganha sua vida no meio das flores. Ela é uma das pessoas que cuidam, sob orientação do doutor Catarino, da coleção de 18 mil orquídeas do Jardim Botânico de São Paulo - este, sempre limpo e bonito. Mas a doutora Sandra tem um gosto especial: criar "canteiros espirituais", como ela chama a plantação de uma área com as sete ervas que curam mau-olhado. Ultimamente, porém, ela mudou o conceito para uma "mini-horta de cura".

"Se a pessoa tem terreno para plantar as sete ervas, basta um pequeno esforço adicional para ter em casa uma coleção muito útil de plantas medicinais, acrescentando às sete pelo menos três espécies de uso quase diário: boldo, capim-limão e melissa", diz.

Boldo é aquela coisa boa para se tomar, num macerado com água fria ou gelada, após uma refeição pesada ou depois de ter comido alguma coisa que se está mostrando incômoda no estômago ou de difícil digestão. Capim-limão, em alguns lugares também chamado de erva cidreira de folha fina, bom para chá, é aromático, purificador, deixando sempre uma sensação de bem estar. E a melissa, também para chá, tem efeito calmante e tranqüilizador.

Na hora de fazer o canteiro, Sandra recomenda um bom preparo da cova (já com esterco de gado ou terra orgânica), distância de 80 centímetros entre uma muda e outra e só deixar terra até a altura da raiz, sem encobrir o caule. Regar bastante no primeiro dia, seguir com água depois, renovar adubação em 15 dias e cuidar bem, evitando as plantas invasoras. Com essa hortinha no terreiro, diz ela, a pessoa estará se protegendo do olho gordo e ainda terá pelo menos essas três espécies medicinais tão úteis.

Jade Andrade, gerente do Garden Center Tatuapé, em São Paulo, diz que saem, por semana, de seu estabelecimento, de 250 a 300 vasos prontos (com as sete ervas) e de 1,5 mil a 2 mil mudinhas individuais. Mudas a 1 ou 1,50 real. Vasos, dependendo do tamanho e da altura das mudas, de 11 a 60 reais.

Ativa e bonita, Silvia Bueno de Azevedo é dona de um viveiro de mudas "espirituais" ao lado da Marginal do Tietê, SP. Além de seu trabalho, conta com três empregados para dar conta de produzir as plantas, que fornece semanalmente a um "garden center" da capital paulista . Ela diz que as pessoas têm um gosto particular em fazer, elas mesmas, seu vaso de 7 ervas, e se dispõe a ensinar (veja quadro abaixo).
"Já que o vaso é um compromisso pessoal, nada melhor que a própria 'vítima' para cuidar dele", comenta Silvia.

botânica mágica das 7 ervas



1 COMIGO-NINGUÉM-PODE
Há mais de 100 variedades de plantas (tipo um antúrio) com esse nome. No Brasil, é a planta básica das 7 ervas; em Belém do Pará, segundo pesquisa recente, está presente em quase 50% das casas. As manchas brancas no meio das folhas são um aviso de perigo aos herbívoros: "Não me coma".

Comigo-ninguém-pode é planta tóxica, com efeitos dolorosos caso alguém ponha na boca, não precisando nem engolir. Basta a mastigação de um pedaço para provocar imediata reação. Em pessoas alérgicas, o simples contato com a folha é suficiente para fazer mal. Particularmente perigosa em local com criança.
"É o tipo da planta para não se ter em casa", diz o professor Marcos Furlan.

2 ESPADA-DE-SÃO-JORGE
Se a primeira contém risco, essa espada não faz mal a ninguém. Muitos até a utilizam com fins medicinais, pondo-a como escora em baixo do colchão para corrigir defeito de coluna. Embora não seja de origem africana, foi de tal modo adotada nos ritos afros que hoje é, neles, presença obrigatória. Planta rústica, dá-se bem em qualquer lugar e nos vasos vai tomando espaço, dependendo de contínuo desbaste para ser contida e não sufocar as outras.

3 GUINÉ (PITI)
Originária da floresta amazônica, a guiné acabou sendo levada para a África, onde ganhou o nome de "planta do Congo". Os escravos, no Brasil, cedo notaram que a guiné contem um princípio venenoso, que acabaram usando em poções para enfraquecer senhores que se mostravam especialmente cruéis ou que abusavam da mulher ou das filhas dos cativos. Esse uso deu à guiné um apelido: "amansa patrão".

O veneno é muito fraquinho, de forma que, para fazer efeito, devia ser ministrado por muito tempo, o que levava a uma observação contínua do estado físico do senhor para ver se ele já estava emagrecendo, ficando amarelo, fraco, para confirmar que a poção estava funcionando direito...

4 ARRUDA
Das sete ervas rituais, a arruda é, ao lado do alecrim, a mais antiga. Nativa da região do Mediterrâneo, tem várias citações na Bíblia, como em Lucas
(cap. 12, vers. 42) em que é tratada como moeda, servindo - junto com a hortelã - para pagar dízimo.

Diz um samba antigo: "Se eu fosse você/punha um galhinho de arruda atrás da orelha/pra não matar esse encanto/que é doce como mel de abelha/Todo mundo lhe olha,/você pega um mau-olhado...". Se veio da Europa, a arruda ganhou no Brasil esse costume de ser colocada na orelha. No tempo do Império, havia, como pode ser visto num quadro de Debret, um forte comércio de arruda no Rio de Janeiro, então capital federal. Esse uso espalhou-se pelo Brasil.



5 MANJERICÃO
Vindas da Ásia e da Europa, há no Brasil perto de 100 variedades de manjericão, também chamado de alfavaca ou basílico. É uma planta aromática e comestível, muito valorizada em certo molho de macarrão (al pesto).
Todos os manjericões dão flores com muito néctar, o que faz a festa das abelhas.

6 ALECRIM
Como a arruda, muito referido em textos antigos, antes até da Bíblia. Evangelhos não reconhecidos afirmam que o alecrim tem três "coincidências" com a vida de Jesus:
1. a planta só vive 33 anos, idade de Cristo;
2. sua altura máxima é também a do messias;
3. os olhos de Jesus, de um tom azul-claro, são da cor da flor do alecrim.

O botânico Marcos Furlan diz que, em sua experiência como pesquisador, nunca viu um pé de alecrim durar mais de 20 anos, já viu planta com dois metros e meio de altura e, quanto aos olhos de Cristo, nunca soube de fonte segura de que cor eles eram.
Planta aromática, o alecrim já serviu para dar sabor especial a vinhos e é uma das preferidas para produzir fumaça em defumações rituais.

7 PIMENTA
A pimenta é retoricamente o último bastião de um conjunto de sete ervas, de tal modo que, para morrer, é preciso que a mandinga seja mesmo forte. Só um mau-olhado excepcional seria assim tão nefasto para se transformar num "seca-pimenteira".

Rústica e resistente, a pimenteira não é, no entanto, a última a morrer num vaso de sete. Ela tem um ciclo vital determinado e, cumprido esse tempo, ela fenece, enquanto, a seu lado, estão ainda vigorosos o alecrim, a comigo e a espada-de-são-jorge, que normalmente são as três sobreviventes de um vaso originalmente com sete mudas. Há uma grande variedade de pimentas, mas as que mais se usam num vaso 7 ervas são cumari, dedo-de-moça e pimenta-de-bode.

sábado, 16 de agosto de 2008

Camu-Camu



ORIGEM E CARACTERÍSTICAS

O camu camu é nativo e selvagem nas regiões ribeirinhas inundáveis do rio da Amazônia Ocidental.

Florescem e produzem no período das cheias dos rios da Amazônia Ocidental.
Planta arbustiva e perene pode chegar até 4,0 metros de altura.
Suas flores são brancas e os frutos podem chegar a pesar de 5 a 10 gramas, 1,5 a 2,5 centímetros de diâmetro de cor vermelho escuro à roxo, muito semelhante à jabuticabeira, tanto a fruta quanto a arquitetura da planta.

De sabor bastante acido para o consumo humano “in natura“, porém com aroma e sabor agradável, tem forte vocação para industrialização uma vez que possibilita uma infinidade de produtos alternativos e de forte valor agregado.

Planta que exige solo muito úmido, suporta permanecer submersa por até 6 meses em seu habitat natural.

Sua reprodução é feita através de sementes que tem pouca durabilidade para germinação recalcitrando em até 45 dias.

A germinação de suas sementes se faz em condições especiais e específicas.

Planta inicia produção de frutos em 18 a 24 meses a partir da germinação das sementes.

Bastante rústica e de fácil manejo requer solo com muita matéria orgânica, alta umidade e PH ácido à neutro.

A Estação Experimental santa Luzia iniciou experiências de adaptação e cultivo do camu camu no Estado de São Paulo em 2.001, obtendo até o presente momento estimulantes resultados.

Por ser a fruta que contem o maior índice de acido ascórbico (vitamina C) conhecida no planeta, vem despertando interesse internacional das industrias de bebidas, farmacêuticas e cosmeceuticas.

O camu camu contém vitamina C natural em concentração 20 vezes mais que a acerola, 100 vezes mais que o limão, podendo conter 5 gramas da vitamina a cada 100 gramas da fruta ou 50.000 p.p.m. (partes por milhão).

Possui ainda, comparado com a laranja, 10 vezes mais ferro e 50% a mais de fósforo.

O INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, através do cientista e pesquisador Prof. Dr. Kaoru Yuyama, na área agronômica, e a cientista e pesquisadora Prof. Dra. Lucia Yuyama, na área nutricional, vem realizando pesquisas desde 1.993.

USO MEDICINAL, NUTRACEUTICO E COSMECEUTICO

Por conter um alto teor de acido ascórbico e ácido cítrico o camu camu é um poderoso anti-oxidante e coadjuvante na eliminação de radicais livres proporcionando retardamento no envelhecimento.

Pesquisas recentes realizadas por médicos norte americanos constataram que a ingestão diária de 1 grama de camu camu liofilizado em pó e em jejum, em até 2 horas elimina todos os sintomas de depressão, ansiedade e alterações de humor.

O uso diário de camu camu:
1)- fortalece o sistema imunológico;
2)- promove a vitalidade das pessoas com deficiências orgânicas;
3)- Fortalece o sistema nervoso;
4)- Apóia a formação de células brancas do sangue;
5)- promove a desintoxicação do corpo e em especial do fígado;
6)- estimula o sistema cardíaco, circulatório e respiratório.

DISPONIBILIDADES

A Estação Experimental Santa Luzia dispõe da fruta liofilizada em pó para consumo humano e produtos de higiene e beleza elaborados com a fruta.

Nome científico - Myrciaria dúbia
Família - Myrtaceae
Gênero - Myrciaria
Espécies - dúbia
Nomes populares
América do Sul: Camu Camu, Araçá d’água, cacari, guaybito
América do Norte e Europa: Rumberry e Camu plus

COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL
Cada 100 gramas de camu camu “in natura“ contém:
Água 93 %
Valor energético 17 Kcal
Proteína 0,5 g
Carboidratos 4,7 g
Fibra 0,6 g
Cinza 0,2 g
Cálcio 27 mg
Fósforo 17 mg
Cálcio 0,9 mg
Ferro 0,5 mg
Tiamina 0,01 mg
Riboflavina 0,04 mg
Niacina 0,06 mg
Ácido ascórbico reduzido 2.780,00 mg
Ácido ascórbico total 2.891,00 mg
Fonte: Instituto Nacional do Peru

COMPARATIVO DE VITAMINA C DO CAMU-CAMU COM OUTRAS FRUTAS
Frutas Vitamina C (mg)
Camu-camu 2.880
Acerola 1.790
Araçá 329
Cajú 220
Goiaba branca 80
Morango 73
Abacaxi 61
Laranja 59
Lima-da-Pérsia 55
Manga rosa 45
Limão 44

Fonte: Ludwig, 1996.

Physalis (Uchuva)



Planta arbustiva de ciclo rápido, com folhas aveludadas e triangulares, podem chegar a 2 metros de altura se conduzidas por tutoramento.

Inicia a produção de frutos a partir do 4 a 5 mês e estende a produção por um período de até 6 meses se for submetida a um bom trato cultural.

Produz frutos redondos na cor de amarela até a um forte alaranjado, envolvidos por uma capa de proteção parecido a um balão chamado de cálice, podendo as frutas chegarem a pesar de 4 a 9 gramas por unidade com diâmetro de 1 a 2 centímetros.

Cada planta pode produzir de 2 a 4 quilos de fruto.
Bastante rústica e de fácil manejo pode-se introduzir até 6.000 plantas por hectare.

COMPOSIÇÃO FÍSICO QUÍMICA, SABOR E CONSUMO

Contém um alto teor de vitaminas A, C, fósforo e ferro, além de flavonóides, alcalóides e fitoesteróides, alguns recém descobertos pela ciência.

De sabor único, levemente acido e adocicado não tem comparação com outra fruta.

Produz um suco delicioso e de sabor único. Muito apreciado pelos grandes chefes e gourmet da cozinha internacional em forma de doces, sorvetes, geléias, compotas, no fondue de chocolate e como tira gosto para degustação de vinhos.

Bastante sofisticada, o consumidor brasileiro está utilizando-se da fruta produzida e importada da Colômbia ao preço de até R$ 100,00 o quilo.

CURIOSIDADE

Pioneira na produção em grande escala a Colômbia abastece o mercado Norte Americano e Europeu, chegando a fruta ser exportada por até US$ 16,00 o quilo.

A Physalis (Uchuva) hoje representa 45% das receitas de exportação de frutas da Colômbia excetuando a banana.

PROPRIEDADES MEDICINAIS

Purifica o sangue, diminui a albumina dos rins, fortifica os nervos ópticos, limpa as cataratas, alivia problemas de garganta e controla a amibiasis.

Coadjuvante no tratamento do carcinoma de próstata e colesterol elevado.

Povos nativos da Amazônia (Colômbiana, Peruana e Brasileira) e nordeste do Brasil, utilizam suas folhas, frutos e raízes no combate das seguintes doenças:
Diabetes, reumatismo crônico, doenças de pele, bexiga, rins e fígado.

Estudos científicos recentes em andamento e ainda não concluídos revelaram forte atividade como estimulante imunológico combatendo alguns tipos de câncer além de efeito antiviral contra os vírus da gripe, herpes, pólio e HIV tipo 1.

Mais recentemente cientistas da Fundação Oswaldo Cruz do Ceará descobriram uma substancia chamada “PHYSALINA” que atua no sistema imunológico humano evitando a rejeição de órgãos transplantados. A FioCruz e seus cientistas estão requerendo a patente desta descoberta.

Fontes
- Universidade de Los Andes e Depto. De Planeacion de Colômbia.
- Ministério de Agricultura y Desarrollo de Colômbia.
- Livro: Plantas Medicinais no Brasil – nativas e exóticas.
Autores: Harri Lorenzi e Francisco José de Abreu Matos
- Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda.http://www.plantarum.com.br

A primeira plantação experimental no Brasil foi realizada em 1999 no campo da Estação Experimental Santa Luzia.

ASPECTOS AGRONÔMICOS

Com início em 1.999 a Estação Experimental Santa Luzia é pioneira no Brasil no cultivo desta fruta visando o seu melhoramento genético através de seleção.

Neste período varias experiências de cultivo foram realizadas obtendo-se excelentes resultados em diversidade de solo e espaçamento.

Acreditamos que se trata de uma excelente alternativa de agricultura para o pequeno e médio produtor rural brasileiro e que podemos transformar o Brasil de importador em exportador da fruta em curto em médio prazo.

A Estação Experimental Santa Luzia fornece sementes de última geração acompanhadas de um completo manual técnico de cultivo, além da fruta liofilizada em pó para consumo humano e cosméticos artesanais elaborados com a fruta “ in natura”.

Nossa Vocação: Prospectar, pesquisar, realizar experiências de cultivo e viabilizar novas alternativas de hortifruticultura para o pequeno e médio produtor rural brasileiro.

Visite site: www.fazendafiore.com.br

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Olha a onda aiiii gente....

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Seguindo rumo a 2012...