
Apesar das propriedades alucinógenas, o uso do chá é permitido no Brasil para ritos religiosos. O uso causa, segundo estudos científicos, alucinações, hipertensão, taquicardia, náuseas, vômitos e diarréia. A palavra ayahuasca tem origem indígena e é traduzida para o português de duas formas: “corda dos mortos” ou “vinho dos mortos”. Gil destacou que as religiões que utilizam o chá Ayahuasca (também conhecido como Vegetal ou Hoasca) são traços importantes da cultura brasileira, na aproximação dos homens com Deus. “Espero que nós possamos celebrar em breve o registro do ayahuasca como patrimônio cultural da nação brasileira”, disse o ministro.
“Neste caso, específico, acrescenta-se o afeto em relação a outra dimensão importantísssima para a vida, que é a Natureza.”, completou. O ministro foi convidado para participar do II Congresso Internacional do Hoasca, nos dias 9, 10 e 11 de maio, em Brasília, onde pesquisadores, juristas, acadêmicos e membros dos três trocos fundadores das doutrinas ayahusqueiras (Alto Santo, União do Vegetal e Barquinha) vão debater os últimos estudos realizados com o chá. Gilberto Gil disse que o Iphan vai examinar “com todo zelo, carinho e responsabilidade” a solicitação. A programação do II Congresso Internacional da Hoasca, evento promovido pela religião União do Vegetal (UDV), encontra-se no site, onde também podem ser feitas inscrições.
Selma Santiago
Gostaria de acrescentar que o chá tem muito mais efeitos dos que os citados na matéria, que ressalta apenas os alucinógenos ou algum mal estar físico, que só ocorrem em algumas pessoas. Falo com a experiência de 10 anos de uso da Oaska em rituais religiosos e afirmo que, quem já o experimentou sabe o profundo mergulho que a pessoa faz nos seus próprios pensamentos a ponto de recordar situações guardadas no inconsciente e, a partir disto, resolver questões de origem emotivas que muito impedem o desenvolvimento emocional, psicológico e espiritual. Um chá de uso sagrado e de origem profundamente cultural. Mais uma vez nosso Ministro demonstra que somos um país de culturas. Parabéns Gilberto Gil!
Glauber Xavier
Gil me surpreende mais uma vez!
Nunca tive dúvidas sobre a natureza cultural desta bebida dentro dos cultos religiosos que a consagram como sacramento enteógeno. Vejo a ayahuasca como um caminho capaz de religar grupos em prol do verdadeiro respeito entre as diferenças. Qualquer análise feita sem a experiência da ingestão deste sacramento, vejo comumente equívocos, como os que eu mesmo cometi.
A ayahuasca re-surgiu de dentro do coração e da alma do povo brasileiro, vindos de todas as partes deste país para a o convívio amazônico, sobretudo em busca do “ouro” da borracha. É uma bebida chave de cultos autóctones, que trazem, assim como os cultos afro-brasileiros, essa sadia miscigenação e sincretismo, próprio das circunstâncias culturais na qual ela re-surgiu.
Acredito que o ministro sabe que, o que importa é o respeito - que temos que reconhecer como princípio fundamental entre as distintas culturas e crenças, para quem sabe um dia podermos ver a unificação da paz e a convivência harmônica das ricas e indispensáveis diferenças.
Eu, Maceioense, Alagoano, Nordestino, Brasileiro, Sul-Americano, Terráqueo, desejo, ao nosso querido IPHAN, atenção, discernimento e - sobretudo – lucidez, que é o que tem demonstrado as inúmeras pessoas que se beneficiaram da ayahuasca, inclusive eu, pois falo guarnecido por estudos teóricos e práticos.
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