segunda-feira, 30 de junho de 2008

Carambola

Averrhoa carambola; Oxalidaceae, também conhecida como star fruit em virtude de ter cinco gomos e quando cortada parece uma estrela de cinco pontas, fruto da caramboleira, é uma árvore ornamental de pequeno porte, de flôres brancas e purpúreas, largamente usada como planta de arborização de jardins e quintais.

Originária da Índia, e muito conhecida na China, foi introduzida no Brasil em 1817. Plantada em quase todo o território nacional, começa a produzir frutos em torno de 4 anos de existência, dando em média 200 frutos, podendo durar de 50 a 70 anos. De sabor agridoce, cor variando do verde ao amarelo, dependendo do grau de maturação, rica em sais minerais (cálcio, fósforo e ferro) e contendo vitaminas A, C e do complexo B, a carambola é considerada uma fruta febrífuga (que serve para combater a febre), antiescorbútica (que serve para curar a doença escorbuto - carência de vitamina C, e que se caracteriza pela tendência a hemorragias) e, devido a grande quantidade de ácido oxálico, estimulador do apetite, sendo ainda usada pela medicina popular no tratamento de afecções renais. Seu suco, além de possuir um delicioso sabor, é usado para tirar manchas de ferro, de tintas e ainda limpar metais. Sua casca, por possuir alto teor de tanino, cujo poder adstringente pode prender o intestino, é utilizada como antidesintérico. Embora considerada uma fruta de quintal, pois seu cultivo não é feito em escala, sendo produzida apenas em sítios, quintais, granjas e pomares de fazendas, a carambola está sempre presente na mesa do pernambucano. Pode ser consumida ao natural ou no preparo de geléias, caldas, sucos e compotas. Cortada em fatias e deixada no fogo brando com açúcar, fica quase da mesma consistência e sabor do doce de ameixa-preta. Na Índia e na China são bastante consumidas como sobremesa, assim como as flores e os frutos verdes, que são utilizados nas saladas.

Abiu, kinkan, atemóia e carambola. Frutas consideradas exóticas, para grande parte da população, têm caído cada vez mais no gosto do carioca. Um estudo desenvolvido com o apoio da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) constatou um aumento de 20%, ao ano, na comercialização desses produtos. O agrônomo Alcílio Vieira passou 12 meses investigando a produtividade e os aspectos genéticos de frutas comercializadas no estado, na estação experimental de Macaé da Pesagro-Rio (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro). Os resultados do estudo possibilitaram a criação do único Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de fruteiras silvestres, nativas e exóticas. A inovação tem contribuído aos pesquisadores de universidades, produtores de frutas, órgãos públicos e privados do estado. Durante a pesquisa, Vieira fez visitas mensais a quatro locais diferentes: boxes de polpas congeladas e ao natural da Ceasa (Central de Abastecimento), em Irajá, além de hortifrutis, supermercados e feiras livres. Esta etapa foi muito importante. Os dados do estado indicam que se trata de um comércio em expansão. São acerolas, jabuticabas, melancias baby, melões net, melões pele-de-sapo ou espanhol, miniabacates ou avocados, pinhas e romãs, entre outras. Várias delas são espécies vindas do Nordeste, embaladas na Ceasa de São Paulo e levadas para a Ceasa de Irajá, onde depois são compradas pelo feirante", contou Vieira. Ao longo da pesquisa, Vieira verificou a existência de 45 espécies de frutas distintas, comercializadas ao natural na cidade do Rio em ao menos um dos quatro locais estudados. A venda de jacas, por exemplo, foi encontrada somente nos hortifrutis. Nas feiras livres, provavelmente devido ao peso, espaço limitado das barracas e alto grau de deterioração da fruta, encontramos apenas os bagos da jaca, separados e embalados em sacos plásticos. Isso facilita o transporte e a satisfação do consumidor, agregando valor ao produto, exemplificou o profissional. Além do aspecto econômico, o agrônomo estudou, no laboratório da Pesagro-Rio, fatores como porcentagem de polpa, peso, tamanho, diâmetro, coloração externa e interna, aroma, incidência de pragas e doenças, produtividade, acidez e açúcares. O material tem sido usado em trabalhos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que utiliza essas informações para ajudar nas pesquisas de frutos e combate a pragas e doenças, conforme explicou o agrônomo.

A Câmara de Vereadores da cidade de Jaú, no interior de São Paulo, aprovou por unanimidade um projeto do vereador José Mineiro de Camargo (PSB) que obriga estabelecimentos como lanchonetes, bares, restaurantes, hospitais e repartições públicas municipais a afixarem cartazes alertando para o risco do consumo da carambola e do suco da fruta. A carambola tem uma toxina que pode matar portadores de insuficiência renal. A lei, que também estabelece aos donos de estabelecimentos que evitem a venda da fruta a pessoas que tenham complicações renais, vigora há menos de dois meses. É mais um alerta do que uma proibição às pessoas que têm insuficiência renal, para que não venham a sofrer as conseqüências. A carambola tem uma neurotoxina que, se não for filtrada, vai direto para o sangue. Se o paciente portador de insuficiencia renal comer a fruta, ele deve contar ao médico, pois corre o risco de entrar em coma e morrer, se não fizer hemodiálise. O rim normal filtra a toxina, afirmou o vereador. Depois de contar que pesquisou o assunto, Camargo disse que os diabéticos também correm risco e que 99% da população desconhece os danos causados pela carambola. O médico Eduardo Martins Rebec, nefrologista do setor de hemodiálise da Santa Casa de Jaú, confirma o risco no consumo da fruta. Há risco de morte, sim. O rim de quem tem insuficiência renal não consegue eliminar a toxina, que se acumula no sangue e acomete o sistema nervoso central. Se o portador de insuficiência renal ingerir a carambola, pode ter convulsões e entrar em coma com risco de óbito, alerta. Para remover a toxina, é feita uma hemodiálise de urgência.

ATENÇÃO: O ASSUNTO É MUITO SÉRIO
Soube da periculosidade da carambola quando, em janeiro de 2010, minha esposa esteve internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Na prescrição de sua dieta, estava explicitamente recomendado que pacientes portadores de insuficiência renal não deveriam consumir esta fruta. Sei disto já faz tempo, pois meu pai ficava repetindo: "É muito estranho, porque os passarinhos não bicam as carambolas, mesmo quando estão bem maduras?"

A fruta acredita-se que tenha se originado no Sri-Lanka e nas ilhas Molucas, mas vem sendo cultivada no sudeste da Ásia e Malásia por vários séculos e aclimatada em vários países tropicais como o Brasil. Ela é classificada como um fruto subtropical. Algumas subespécies (das dez existentes) têm sido utilizadas para polir metais, especialmente bronze, uma vez que ela dissolve manchas e ferrugem, devido, provavelmente, ao seu alto teor de ácido oxálico. É também utilizada, na Índia, para estancar hemorragias, aliviar sangramento de hemorróidas. No Brasil, a carambola é recomendada a diabéticos como hipoglicemiante (abaixa o teor de açúcar do sangue), como diurético e indicada em queixas renais e de vesículas.

As frutas mais azedas têm um alto teor de ácido oxálico e não bicham, as maiores e mais coloridas têm menos desse ácido. No entando, o ácido oxálico pode ser altamente tóxico para doentes renais.

Em pessoas com a saúde renal normal, a toxina é filtrada pelo rim e eliminada do organismo, sem qualquer problema. Mas se o rim não funciona, a toxina concentra-se no sangue, atinge os neurônios e provoca soluços e convulsões. Pacientes renais são proibídos de comer o fruto ou qualquer derivado, sendo o ácido considerado uma neurotoxina (age no sistema nervoso). Casos de morte já foram registrados, pois a forte convulsão é praticamente irreversível. A cura pode se dar através de hemodiálise.

Cientistas dizem que "a árvore, em sua evolução, selecionou a toxina para se defender do ataque das moscas da fruta."

A existência da toxina foi comprovada através de uma pesquisa iniciada em 1996, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo.

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